sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Baixada Maranhense é uma das microrregiões do estado brasileiro do Maranhão

A Baixada Maranhense é uma das microrregiões do estado brasileiro do Maranhão pertencente à mesorregião Norte Maranhense. Possui uma área total de 17.579,366 km2. Sua população foi estimada em 2006 pelo IBGE em 518.241 habitantes e está dividida em 21 municipios: Anajatuba, Arari, Bela Vista do Maranhão, Cajari, Conceição do Lago Açu, Igarapé do Meio, Matinha, Monção, Olinda Nova do Maranhão, Palmeirandia, Tedro do Rosário, Penalva, Peri-Mirim, Pinheiro, Presidente Sarney, Santa Helena, São Bento, São João Batista, São Vicente de Ferrer, Viana e Vitoria do Mearim.
A Baixada Maranhense estende-se por 20 mil quilômetros quadrados, nos baixos cursos dos rios Mearim e Pindaré, e médios e baixos cursos dos rios Pericumã e Aurá, reunindo um dos mais belos conjuntos de lagos e lagoas naturais do Brasil. Apesar de ter sido transformada em Área de Proteção Ambiental pelo governo do Estado, em 1991, os desmatamentos e queimadas – para implantação de barragens e projetos de irrigação nas margens dos rios e criação extensiva de búfalos nos vales desses rios afetam seriamente o equilíbrio ambiental.
A Baixada ainda abriga o maior conjunto de bacias lacustres do Nordeste, onde se destacam os lagos Açú, Verde, Formoso, Carnaúba e Jatobá; extensos manguezais , babaçuais, campos inundados e matas de galeria, uma rica fauna e flora, com destaque para aves aquáticas e animais ameaçados de extinção como o peixe-boi marinho. O complexo de lagos da Baixada Maranhense constitui uma região ecológica de distinta importância no Estado e no Nordeste, não só como potencial hídrico, mas pelo papel sócio-econômico que representa para toda a população ribeirinha. No verão, somente no Lago Açú, são pescados até 15 toneladas de peixes por dia e no Lago de Viana a produção anual chega a 1000 toneladas.
Amazonia Legal
A baixada maranhense faz parte da chamada Amazonia Legal. A Amazônia Legal foi instituída através de dispositivo de lei para fins de planejamento econômico da região amazônica. Engloba os Estados da macrorregião Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), e mais o Estado do Mato Grosso (macrorregião Centro-Oeste), e parte do Maranhão, a oeste do meridiano de 44º (macrorregião Nordeste).
Descrição resumida da área úmida da Baixada maranhense
São terras baixas, planas, inundáveis, caracterizadas por campos, matas de galeria, manguezais e bacias lacustres. Solos argilosos pouco consolidados com grande capacidade de retenção de água, nos estuários, os manguezais ocorrem penetrando os igarapés, por entre os campos, até onde existe influência das marés. Na época das chuvas, entre dezembro e junho, os campos baixos ficam alagados restando “ilhas” de terra firme e uma área de campos em terreno um pouco elevado, o “teso”.Área predominantemente rural, basicamente ocupada por atividades agrícolas, pesqueira e exploração mineral de barro e areia.
A CuracangaA curaganga é uma das lendas da baixada ocidental maranhense, tema de muitas fábulas dos pescadores baixadeiros. Hoje já se sabe que a curacanga é o próprio fogo-fátuo, produzido pela combustão espontâneo do metano (grisu) em contato com o oxigênio atmosférico. O curioso é que o termo, curacanga, é usado apenas nesta região. No Amazonas e na região norte inteira, o similar da nossa diabrete é o boitatá (cobra de fogo, em tupi-guarani). Aqui, tudo nasceu duma lenda: mulheres que apresentam vínculos no pescoço são predestinadas a virar curacanga. Às meias-noites, as cabeças dessas mulheres se desprendem de seus corpos e saem vagando sob a metamorfose de uma bola de fogo. Daí, o nome curacanga, da deturpação fonética(corruptela ou dissimilação) do tupi-guarani – cunhãacanga – cabeça de mulher. E existe até uma receita para quem quiser descobrir a mulher penitente. Quando alguém se defrontar com um fogo oscilante, se deseja revelar sua identidade humana, ofereça-lhe uma agulha virgem. A primeira mulher que for, na manhã seguinte, pegar a oferta, essa é a “bruxa”.
Hidrografia
A hidrografia da baixada maranhense apresenta diração NE/SW e drena uma região relativamente plana. Os rios maranhenses procedentes das chapadas apresentam características distintas dos demais rios nordestinos pelo seu caráter perene. Esses rios, entre os quais o Rio Pericumã, Rio Arua, Rio Uru, Rio Cururupu, e Rio Anajatuba tem seus mananciais em zonas de pluviosidade entre 2250mm a 2000mm anuais. Apresenta alguns trechos navegáveis mesmo no período de vazante.
A ação e influência das marés salinas com regime semi-diurno alcançam amplitudes de macromarés (>4m) cuja a penetração das marés através dos estuários é variável.
O sistema lacustre é notadamente importante na baixada do Rio Pericumã e do Rio Arua. Observa-se uma extensa área alagada cujo o volume de água está ligada a sazonalidade pluviométrica, no entanto, uma grande área permanece alagada por todo o ano. Essas áreas são utilizadas para fins agropecuários, piscicultura e obras de irrigação.
Rios Mearim, Pindaré e Grajaú
Os rios que desembocam na baía de São Marcos (MA) são em parte navegáveis, graças, sobretudo, à excepcional amplitude da maré que se manifesta na região.
Os baixos cursos dos rios Mearim e Pindaré são navegáveis e se interligam com os lagos de Viana e Cajari, dando acesso às cidades de Viana (MA) e Penalva (MA).
O rio Mearim é navegável até Pedreiras (MA), para calado mínimo de 1,50m, numa extensão de 400km. O rio Pindaré é navegável numa extensão de 217km, até Santa Inês (MA), onde é cruzado pela BR-316. As profundidades disponíveis são de 2,50m, da foz até a cidade de Pindaré-Mirim (MA), e de 2m, desta até Santa Inês. A ponte rodoviária da BR-316 impede a navegação para montante.
O rio Grajaú só é navegável no período de águas altas (janeiro a junho).
A navegação nesses três rios é feita por embarcações regionais, que mantêm irregular comércio de produtos regionais para o mercado de São Luís (MA) e de cidades ribeirinhas.
A navegação nos rios da baixada maranhense declinou acentuadamente após a construção das BR e da estrada de ferro Carajás.
Rio Pericumã
A bacia do Rio Pericumã que desemboca na baia de Cumã, ocupa uma área de 4.500km² (SEMA. 1997) situada no interior da Baixada Maranhense. No intuito de minimizar a penetração da água salina e facilitar a navegação foi criada a Barragem do Pericumã pelo DNOS.
Barragem do Rio Pericumã
O rio Pericumã é um pequeno curso d’água da baixada ocidental maranhense e sofre acentuada influência de maré. Suas terras marginais agricultáveis foram protegidas da cunha (língua) salina pela construção de uma barragem, que retém a maré. As comportas dessa barragem podem represar tanto o fluxo de montante (cheias do rio) como o de jusante (maré enchente). Uma eclusa permite o tráfego de embarcações, que podem navegar até Pinheiro (MA), cerca de 50km da foz. A barragem e eclusa foram construídas pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS).
Barragem foi construída no estuário do rio Pericumã em 1978. Sofre com a falta de conservação e os agricultores esperam mais apoio para ampliar a sua produção e assim melhorar as condições de vida de suas famílias. Os vários equipamentos estão sem manutenção e sofrendo pela erosão.
Os lagos
As áreas alagáveis formam ecossistemas de extrema importância para a manutenção dos sistemas fluviais, tendo no regime de cheias papel fundamental na regulação dos processos de produção, consumo e decomposição, bem como na troca de matéria e energia entre os organismos e o meio ambiente.
As alterações dos pulsos de inundação determinam variações das características físicas, químicas
e biológicas de ambientes alagáveis que, por sua vez, influenciam a estrutura e dinâmica das comunidades aquáticas. Dentre estas, encontra-se o fitoplâncton, grande responsável pela produção primária dos ecossistemas aquáticos. As, alterações nessa estrutura e dinâmica são fenômenos de grande relevância não somente para a própria comunidade, mas também para o metabolismo do ecossistema como um todo.
Os campos naturais inundáveis da Baixada Maranhense formam um sistema constituído por lagos rasos temporários, lagos marginais e lagos permanentes, sendo considerado bastante complexo do ponto de vista ecológico. Devido à sua mportância, esta região foi estabelecida como Área de Proteção Ambiental (Decreto nº11.900 de 11 de julho de 1991), contudo, apesar do “status” de Unidade de Conservação, vem ocorrendo anos ambientais ao longo das últimas décadas, sendo a criação extensiva de búfalos apontada como um dos principais problemas, além de projetos de irrigação e construção de barragens. Diante disso, estudos que abranjam as diversas comunidades biológicas que compõem estes cossistemas são extremamente importantes para que se possa não só caracterizá-los, mas ambém subsidiar tomadas de medidas de manejo e futuros monitoramentos.
A Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense é descrita como uma das sete regiões ecológicas do Estado do Maranhão (Pré-Amazônia, Cerrado, Cocais, Baixada Maranhense, Litoral, Chapadões e Planalto).
Com uma área de 1.775.035,6 ha e abrangendo 23 municípios, a Baixada Maranhense possui o maior conjunto de bacias lacustres do Nordeste, as quais contribuem com elevada produtividade pesqueira, base de sustentação alimentar e de renda das populações locais.
Nessa região, predominam terras planas, baixas e inundáveis com vegetação de manguezais, campos aluviais e flúvio-marinhos e matas de galeria. Seu complexo lacustre resulta das inundações sazonais dos rios Pindaré, Pericumã, Mearim, Aurá e Turiaçu.
Há dois períodos sazonais a se considerar: um período de cheia, de janeiro a julho, quando os rios
e lagos perenes transbordam inundando os campos e transformando-os em extensos lagos de pouca profundidade, e um período de seca, de julho a dezembro, quando os campos ficam secos, propiciando o aparecimento da vegetação, a qual é constituída principalmente por gramíneas e ciperáceas .
O lago Cajari, considerado o maior lago da região da Baixada Maranhense localiza-se na cidade de Penalva e interliga-se ao Lago Capivari, através do rio Ponta Grossa. Compõe o sistema lacustre Viana/Cajari, integrante da bacia do rio Pindaré. É caracterizado como um lago do tipo permanente e tem rande importância econômica, sendo considerado o maior e mais rico lago em pescado da região, principalmente depois da construção de uma barragem que aumentou seu volume de água.
O cavalo baixadeiro
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 37 unidades de pesquisa da Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, incorporou uma nova raça de animal doméstico ameaçada de extinção ao seu programa de conservação. Trata-se do Cavalo Baixadeiro, um animal encontrado na região da Baixada Maranhense, essa raça eqüina é amplamente utilizada na região, especialmente na lida com o gado e, além disso, é uma raça naturalizada que se encontra no Brasil há séculos, desde o período da colonização e, por isso, uma fonte potencial de genes de interesse para programas de melhoramento genético animal.
O cavalo Baixadeiro tem características semelhantes às apresentadas pelas raças Pantaneira e Marajoara, que também vivem em regiões inundáveis.
A Pecuária da região de Baixada Maranhense é bem diversificada, sendo composta principalmente por bovinos da raça Nelore e bubalinos de várias raças. Há búfalos de pelagem baia que, atualmente, é o grupamento genético mais ameaçado de extinção do programa da Embrapa.
A traira
Tarira como chama os perisinos a traíra (Hoplias malabaricus – Bloch.). Da familia dos caracinídieos e da subfamilia dos eritriníneos, embora não alcance entre nós cresce até 60cm. É essencialmente carnivora. As vezes não respeita nem aos seus próprios irmãos mais novos. Quando pequena alimenta-se de plancton. Nas longas estiagem permanece no lodo por longo tempo.
Bastante saborosa, sendo no entanto numerosa as espinhas finas entranhadas asua carne

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