sexta-feira, 14 de setembro de 2012

SER MARANHENSE


O QUE É SER MARANHENSE???
SER MARANHENSE É SER NORDESTINO, NORTISTA E AO MESMO TEMPO NENHUM DOS DOIS.
É SER BRASILEIRO EM SUA MÁXIMA EXPRESSÃO E INTEIRAMENTE TROPICAL,COLORIDO,
HOSPITALEIRO, MUSICAL E FESTEIRO. É NASCER POETA, ESCRITOR, ARTESÃO, LÚDICO E SORRIDENTE, BOIEIRO,SAMBISTA, BATUQUEIRO E REGUEIRO. É LEVAR A ALEGRIA NA ALMA. É SER MULATO, CABOCLO,
CAFUZO, NEGRO, BRANCO E INDIO. É SER ARDENTE E CALOROSO COMO A PROPRIA TERRA
E DANÇAR AOS MILHARES DE RITMOS DELA. É A SIMPLICIDADE E A HUMILDADE
MATERIALIZADAS. É FORTALEZA PARA ENFRENTAR AS ADVERSIDADES. É SER RELIGIOSO E
TER MUITA FÉ: EM DEUS, SÃO JOSÉ DE RIBAMAR, VODUNS, ORIXÁS, CABOCLOS, ENCANTADOS,
PAJÉS, LENDAS E SUPERSTIÇÕES. É FALAR UM PORTUGUÊS CASTIÇO MAS TAMBÉM
CABOCLO. É APRECIAR ARROZ DE CUXÁ, JUÇARA, SABORES DO NORTE E NORDESTE, MAR E
SERTÃO. É SE EMOCIONAR COM AS CANÇÕES DE JOÃO DO VALE, CÉSAR TEIXEIRA E SE
DERRAMAR EM LIRISMO AO CAMINHAR PELAS ANTIGAS VIELAS DE SÃO LUÍS E ALCÂNTARA.
É TER ORGULHO DAS NOSSAS BELEZAS NATURAIS. É SER VIVO COMO NOSSA FAUNA E
FLORA E MORENO COMO NOSSO MAR E NOSSOS RIOS. É SER ARTISTA E TEATRO,
CRIADOR E CRIATURA, ATOR E PRODUTOR DA NOSSA RIQUÍSSIMA CULTURA
POPULAR. É SER TÃO DIVERSO E ÚNICO QUANTO O TORRÃO, QUE É A SÍNTESE NATURAL E
CULTURAL DO PAÍS. SER MARANHENSE É, ACIMA DE TUDO, TER IMENSO PRAZER E
ORGULHO DE SÊ-LO.
Nosso povo expressa a mais autêntica cultura brasileira, fruto do casamento perfeito entre as três raças matrizes que engendraram o povo brasileiro. Politicamente, o Maranhão é Nordeste (antes era o "Meio-Norte"), geograficamente é uma mistura única de Norte-Nordeste e culturalmente, marcado pelas heranças indígena, branca e forte presença negra, é algo que só o encontro (ou o "meio-termo") dessas/entres essas duas regiões brasileiras e a intensa miscigenação do seu povo poderiam produzir, com muita coisa própria, que só tem aqui, evidenciada pela sua rica culinária, artesanato, história, folclore, cultura popular e música.
A cultura maranhense é um verdadeiro caldeirão de ritmos, talentos, cores, texturas e sabores, que também encerraum grande potencial para o turismo cultural, histórico e rural. A seguir alguns aspectos da variadíssima e riquíssimacultura popular do Maranhão:
• A festa, dança, teatro, arte, religiosidade, folguedo, ritmo e emoção que é o Bumba-meu-boi, a maior e maisrepresentativa tradição cultural do Maranhão, verdadeira expressão da nossa alma e da formação do nosso povo,cuja base se assenta nos índios, negros e portugueses.
• A diversidade cultural das populações indígenas, uma das maiores do país(aprox. 30 mil), com a maior parte de suas áreas demarcadas e homologadas e 7 etnias diferentes.
• A capital, São Luís, que constitui o primeiro assentamento europeu na Amazônia, é patrimônio da humanidade, pela sua riqueza cultural e por possuir o maior acervo arquitetônico colonial português de origem civil do mundo. • É o Estado com a maior população proporcionalmente negra, cafuza, cabocla e mulata do país. O Maranhão é o estado mais miscigenado do Brasil, fato estampado até na sua bandeira.
• Tem um carnaval autêntico com variadas e ricas manifestações da cultura popular, passando pelas escolas eturmas de samba, blocos tradicionais, blocos organizados, blocos alternativos, tribos de índios, tambor de crioula,blocos de sujos, fofões (personagem típico, semelhante ao mascarado fobó do carnaval de Óbidos-PA), casinha da roça, etc. O carnaval de rua de São Luís começa em janeiro e é considerado o terceiro maior e melhor do país.
• As festas juninas, que na verdade se antecipam e começam já em maio, com os tradicionais ensaios dos grupos de bumba-meu-boi, são consideradas, hoje em dia, as melhores do país. O São João do Maranhão é um espetáculo cultural à parte na beleza e autenticidade de suas danças, folguedos, ritmos, tambores, batuques e brincadeiras, que parecem infinitos. A festa acontece espontaneamente na rua e é com certeza um dos maioresespetáculos da terra.
• A vocação para a poesia, lirismo, artes e letras do maranhense.
• A beleza e originalidade do seu artesanato. A variedade e riqueza das embarcações artesanais.
• A especialidade da sua culinária, de origem luso-afro-tupi, com influências do norte e do nordeste e muita coisa própria, que só tem aqui.
• Os casarões históricos de Alcântara, antiga morada da aristocracia rural maranhense.
• É o caribe brasileiro: a afinidade cultural e proximidade com o Caribe é forte (constitui o "caribe brasileiro"juntamente com os estados do Pará e Amapá) e os ritmos caribenhos são tão presentes no Maranhão que São Luís é considerada a capital brasileira do reggae, que aqui ganhou peculiaridades regionais e já se incorporouà cultura local.
• É reduto importante das religiões afro-brasileiras, que vão desde o tambor de mina (culto jeje cultuado no Maranhão), passando pelo terecô, candomblé, pajelança(influência indígena), tambor da mata e umbanda.
• É território fértil de lendas e mitos. E muito mais........!


O Maranhão é a síntese geográfica e cultural do Brasil e por isso mesmo, brasileiríssimo! É pródigo em influências e rico em particularidades.
Tenho muito orgulho e prazer de ser maranhense e te convido a vir comigo conhecer e descobrir a minha terra. Com certeza tu vais amar......

O BUMBA MEU BOI DO MARANHÃO
O REI SUPREMO DA NOSSA CULTURA POPULAR
Este é um dos sinônimos mais autênticos de maranhensidade, a grande festa do povo maranhense, o maior espetáculo popular do Maranhão, uma das mais antigas manifestações folclóricas da terra timbira, nas palavras de José Ribamar Sousa dos Reis, folclorista e autor de "Folclore Maranhense". O Bumba-Boi é o entretenimento que mais dignamente representa a raça maranhense na sua condição de povo mais miscigenado do país: o índio, o negro e o branco. Falar de Bumba-boi no Maranhao e polemico, iguala-se a falar de futebol, e sinonimo de brasilidade e divergencia, debate. Cada pessoa tem o seu(ou seus) grupo(s) de preferencia e tece rivalidades com o(s) contrarios. A brincadeira do Bumba-Boi é praticada na quase totalidade do território maranhense, tendo maior intensidade e representatividade no Golfão Maranhense, verdadeiro celeiro da nossa cultura popular, que inclui parte da Baixada e região do Munim e parte do litoral ocidental, sem falar na Ilha de Upaon-Açu dos tupinambás, a Ilha do Maranhão, São Luís. Aliás, toda a zona litorânea e a Baixada celebra o Bumba, destacando-se Guimarães, Cururupu, São Luís, região do Munim e a própria Baixada.
O Bumba-Boi maranhense é o mais espetacular, rico, diverso e original do país, distanciando-se dos seus vizinhos nordestinos e nortistas. Apresenta, entretanto, alguns elementos similares com a brincadeira do norte e se distancia das suas origens, o sertão nordestino. O próprio folguedo maranhense foi a base da formação do Boi-Bumbá do norte, dada a migração de vários maranhenses para essa região em busca das riquezas da borracha e das riquezas minerais.
Longe de querer pormenorizar sobre o folguedo aqui, que já foi, continua sendo e sempre será objeto de vários livros, estudos, teses e pesquisas, limito-me a falar sobre os instrumentos dos seus principais "sotaques", quer dizer, estilos que determinam a utilização de indumentárias, intrumentos, ritmos e bailado distintos; sempre com a predominância de um grupo étnico sobre os outros.
Boi de Matraca: este estilo é originario e exclusivo da Ilha de São Luís, conhecido também como Boi da Ilha. O elemento étnico que mais se sobresai neste sotaque é o índio. Estes são grupos que têm destaque, entre seus intrumentos de percussão, a matraca: dois pedaços de pau rústico que batidos freneticamente, repenicando, um no outro, obedecendo a um ritmo peculiar produz som vibrante e contagiante. Além das matracas há também os pandeiros, tambores-onças e maracás. Os pandeiros são compostos de uma circunferência de madeira fina, com altura mais ou menos de quatro dedos, cobertos com couro de boi ou de cabra. Interessante é a afinação desses pandeiros. Seus portadores, durante as noitadas, em todas as paradas, fazem fogueiras com o que encontram pela frente(papel, cascas, lenha etc.) e passam a afinar com o calor: o caboclo vai batendo até conseguir o som ideal, para entrar no ritmo dos companheiros.
O tambor onça é um cilindro de estrutura de flandres ou de madeira, tendo uma das extremidades coberta de couro. Ao centro da coberta para dentro, e fixado um bastão: funciona com o tocador colocando azeite, água ou mesmo cuspindo na mão. Muitas vezes, utilizam um pano, se não a propria mão, deslizando no bastão para cima e para baixo, produzindo um " urro" semelhante ao de onça.
Os maracás são feitos de flandres com cabo, contendo grãos de chumbo ou algo similar, tendo os mais variados tamanhos e tipos. Este instrumento é somente para os amos, vaqueiros ou rapazes. Os caboclos reais, que representam os índios guerreiros, são bem característicos deste sotaque e os grupos sao batalhões pesados (muitos integrantes). Destacam-se nesse sotaque os Bumbas: Madre Deus, Maioba, Iguaíba, Maracanã, Ribamar, Mata, Tibiri, etc.

Boi de Zabumba: Originário do litoral ocidental, provavelmente da região de Guimarães. Tem uma predominância negra nas sua características. Esta denominação vem dos tambores bombos, chamados zabumbas. São tambores que possuem, mais ou menos, meio metro de altura, feitos atualmente de madeira (compensado), amparados por uma forquilha. Cada tocador ("musgo") carrega sua zabumba e o descanso.
Alem dos bombos, há os pandeirinhos ou repinicadores, que são pandeiros menores do que os de sotaque de matraca, com a mesma estrutura, e também os maracás. Os grupos vão com poucos integrantes e o boi e o menor de todos. Também discute-se se os bois de zabumba são dos mais antigos e originais do Maranhão. Os principais grupos desse estilo são os de: Lauro, Leonardo, Antero, Guimarães, Fé em Deus, Newton Canuto, etc.
Boi de Orquestra: é o estilo originario do baixo Itapecuru (Rosário) e região do Munim. Tem uma orquestra, evidenciando a parte do sopro e cordas (saxofones, banjos, clarinetas, flautas etc.) e mais um bombo, tambor-onça e maracás.
Grupos mais populares desse sotaque: Axixá, Morros, Nina Rodrigues, Sonhos, Mirantes da Ilha, Upaon-Açu, Ceic, Brilho da Ilha, Mocidade de Rosário, Mocidade Axixaense, Brilho da Terra, etc.
Boi de Pindaré (ou Baixada): com características bem indígenas, e quase o estilo de matraca: apenas o ritmo é mais lento; os pandeiros são menores e o estilo das fantasias reflete a predominancia indígena. Os chapéus dos rajados são bem grandes e o ritmo lembra o lamento de um pajé em plena festa de uma aldeia indígena. O bailado também é essencialmente indígena. Os cazumbás, figuras fantasmagóricas e também engraçadas, representam os espíritos da floresta que ajudam a ressuscitar o boi. As máscaras têm características africanas; os grupos deste boi são normalmente pesados e sua origem é a baixada maranhense.
Os Bumbas que estão seguindo este sotaque são: Pindaré, Viana, Floresta (ou Apolônio), São João Batista, Unidos de Santa Fé, Engenho de Pindaré, Penalva, etc.
Boi de Costa de Mão: do municipio de Cururupu, este sotaque utiliza apenas os pandeiros e os maracás. Os pandeiros são batidos pela costa da mão, daí o outro nome pelo qual este sotaque também é conhecido. Grupos populares: Brilho de Areia Branca, Boi de Cururupu, Boi de Eliézio, etc.
Grupos parafolclóricos: estes grupos, chamados parafolclóricos, não têm um sotaque definido e fazem uma mistura de todos os sotaques, tanto na indumentária quanto no ritmo, mostrando toda a beleza da arte popular do Maranhão. Os grupos mais representativos deste estilo são de São Luís: Boi Barrica, Boi Pirilampo e Boi Novilho Branco.
Apresentação do Boi de Sonhos (Sotaque de Orquestra)

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